Aldir Blanc
Edital nº 019/2020: Projetos Culturais

PROJETOS CULTURAIS 1
Projetos pequeno porte

Classificado 15º Selecionado 26,00 pontos Premiação R$ 5.000,00

  • Bucha de Canhão

    Proponente: LEONARDO GRANADO DE ANDRADE

  • Esse ano comemorou-se os 75 anos da Segunda Guerra Mundial, onde foi lembrado não só horrores da Guerra como também de seus heróis. Mas alguns heróis foram esquecidos, como há tempos eles sido. Esses são os Ex-Combatentes de Guerra, apelidados de Pracinhas. Pouco ou quase nada a grande maioria dos brasileiros sabe sobre essa Campanha Militar. Eu mesmo, quando criança e adolescente, pouco ouvi falar sobre a participação brasileira no conflito. Quando ouvi falar, da boca de leigos, me foi apresentado as conhecidas injustiças e mentiras relacionadas ao tema: que brasileiro foi pra guerra a passeio, que não pegou em arma e que só passou fome e viveu de esmola de americano. Essas inverdades foram largamente difundidas, ao mesmo tempo em que nossos ex-combatentes foram largados ás traças por anos, ignorados pelo poder público e destinados quase que ao esquecimento nos livros escolares. 25 mil brasileiros quase que sem preparo, largaram suas vidas por um ano e viveram uma Guerra na Europa. E graças a Deus poucos foram os que não voltaram. Ao me propor a realizar o documentário “Bucha de Canhão”, tentei jogar uma luz sobre o tema e partilhar com os outros a admiração que crescia em mim a cada novo entrevistado. Busquei ser o menos didático possível com datas e números, no intuito de dar uma cara mais de relato de um avô pro seu neto do que de documentário, pois foi assim que eu encarei ao sentar de frente com esses senhores: eu não ouvia um relato histórico de um evento que mudou o mundo e sim um relato de vida de pessoas que viveram uma história dentro da História e deixaram sua marquinha. Tentei fugir um pouco da linguagem meio maçante que as vezes alguns documentários trazem, justamente pra tentar aproximar e cativar quem não é público cativo de documentários. Eu mesmo, antes da gravação desse documentário, nunca fui fã assíduo da linguagem documental e assim busquei realizar um relato que eu sentaria para ouvir. E esse projeto foi captado e feito seu primeiro corte em 2012. E nunca foi finalizado.O motivo? Falta de verba para pagar um profissional de edição. Claro que eu poderia ter hoje uma versão dele em mãos, mas seria um trabalho muito inferior em qualidade se fosse eu mesmo a finalizar e não um editor um profissional. E eu respeito demais esse material, o relato desses sete senhores, para finalizar “nas coxas” simplesmente pra ter o produto em mãos. Seria como me livrar desse projeto e não finalizá-lo. Eu busco me candidatar para esse prêmio, apresentando o roteiro (transcrição) dessa história para talvez com isso ter verba para finalizar o documentário em questão e com isso eternizar a historia de 25 mil avôs/bisavôs/pais/filhos/irmãos/brasileiros que entram em combate diversas vezes na Itália entre 1944 e 1945. Eles foram convocados e lutaram em solo estrangeiro pela democracia de todo o mundo, que hoje desfrutamos. Falemos desses brasileiros, heróis brasileiros.
    O Produto Cultural em questão é um documentário que tenta atrair não só o público acostumado com a linguagem documental, como também visa aquele espectador que tem menos hábito em consumir tais mídias. E a ferramenta para isso é justamente a forma como foram idealizadas e captadas as entrevistas: quase que como uma conversa informal, fugindo assim um pouco da linguagem documental tradicional sendo o menos didático possível.
    Sim. Uma vez definido o tema do documentário, em um primeiro momento fui atrás para saber se na época ainda encontraria vivos alguns brasileiros que vivenciaram essa experiência da Segunda Guerra Mundial. Uma vez definidos os futuros entrevistados, li duas biografias de ex-combatentes: “Memórias de um Mogiano na FEB”, de autoria do Sr. Miled Cury Andere; e o livro “Diário de um Combatente”, de autoria dos Senhores Carlos Scudeler e Hélio Rubens de Arruda e Miranda, que narra a trajetória do ex-combatente Sr. Victório Nalesso. Com base nessas duas biografias eu pude focar mais no lado humano dessa experiência que todos os oito ex-combatentes dividiram. Esse primeiro trabalho, somado com estudos anteriores e posteriores focados na Guerra como um evento histórico, me ajudou e muito a traçar o melhor caminho para contar essa história em um produto final. Em um segundo momento, fiz pré-entrevistas gravando apenas o áudio com esses senhores, para que quando eu voltasse com equipe de gravação fossemos ainda mais diretos ao ponto. Finalizadas as gravações, geramos mais de 9 horas de produto em audiovisual de sete ex-combatentes (o oitavo veio a falecer antes de realizarmos as gravações). Com base nesse material bruto houve um processo de edição preliminar para encontras os pontos em comum da trajetória deles todos e assim desenhar um produto único contando essa história.
    Tivemos equipe reduzida em sete, contávamos apenas com seis profissionais da área técnica (comigo incluso). Foram sete entrevistados em áudio e vídeo, um entrevistado apenas com áudio. Uma vez finalizado o documentário, em um primeiro momento tentarei realizar exibições locais e abertas a munícipes do Alto Tietê (lembrando que para conseguir é necessário autorização e interesse desses espaços), buscando assim atingir o maior número possível de público para o obra. Em um segundo momento se iniciará o processo de inscrição da obra em festivais nacionais e internacionais de cinema, no intuito de atingir um público maior e mais segmentado, atingindo diferentes regiões do país e do mundo. Uma vez respeitada a janela de dois anos de inscrição em festivais, a obra estará disponível na integra em sites de streaming gratuitos, tais como o Youtube e o Vimeo
    As entrevistas para realização deste documentário foram realizadas no ano de 2012, entre os meses de Janeiro e Junho deste ano. Gravamos nas cidades de Mogi das Cruzes, São Paulo, Santo André e Itapetininga. Para o produto final buscamos um público amplo em festivais e mostras de cinema aqui e no exterior, além das exibições locais, conforme descrito anteriormente.
    Com esse documentário é traçado um relato histórico pouco conhecido do grande público brasileiro, um recorte da nossa história. Há uma importância relevante em falar desse tema para entendermos que houve sim uma participação brasileira relevante na Segunda Guerra Mundial, onde esses 25 mil jovens brasileiros pausaram suas vidas em prol de uma luta pela liberdade. Eles entraram em um conflito de escala mundial sem poder escolher se iam ou não, graças a posição de aliado que o Governo firmou com os Estados Unidos. Tal união tem impactos na nossa cultura ainda hoje. Já os pracinhas, promessas foram feitas e não cumpridas pelo mesmo governo. Esses jovens voltaram da guerra e não só tiveram muita dificuldade em se readaptar, como muitos nunca se readaptaram. Eles foram pra lá sob condições adversas, com pouco ou quase nenhum treinamento, mas mesmo assim entraram em combate e saíram vitoriosos. Eles lutaram pela democracia e foram quase que esquecidos pelo poder público e pelos livros de história. No meu humilde entendimento essa é uma história que precisa ser muitas vezes contada/lembrada/frisada.
    Uma vez exibido em espaços públicos na região do Alto Tietê, busca-se com esse produto alcançar ainda outros jovens brasileiros através dos festivais de cinema. Posteriormente, em sua exibição permanente e de acesso gratuito na internet, talvez possamos eternizar esse recorte da nossa história
    Finalização da obra, abrangendo: Edição, Coloração, Tradução para inglês e italiano. Criação e captação de trilha original. R5 3.500,00; Exibição do documentário aberta e gratuita para munícipes da cidade, a ser realizada no Teatro Vasquez no dia 03 de Março de 2021(caso a pandemia atual não mude as regras e permissões de uso do espaço). Custo Zero; Criação e impressão de pôster para divulgação da supracitada apresentação. R$ 200,00; Doação de DVDS da obra final e entrevistas na integra para a secretaria, de Cultura de Mogi das Cruzes e Centro Cultural e Memória Expedicionário Mogianao, Associações de Ex Conbatentes das cidades de São Paulo, Santo André e Itapetininga. R$ 200,00.
    R$ 3.900,00

    Informações: 11 4798-6900
    E-mail: culturamogi@pmmc.com.br

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