Aldir Blanc
Edital nº 019/2020: Projetos Culturais

PROJETOS CULTURAIS 3
Projetos grande porte

Classificado 5º Selecionado 51,00 pontos Premiação R$ 25.000,00

  • BIENAL DE ARTE DO ALTO TIETÊ

    Proponente: Maria Aparecida da Silva Ruiz Tavares

  • O projeto cultural realizado aqui apresentamos é a BIENAL DE ARTE DO ALTO TIETÊ idealizada pelo artista Nerival Rodrigues da Silva, que atuou como curador e Maria Aparecida da Silva Ruiz Tavares que foi responsável pela coordenação geral de produção. O evento cultural, aconteceu em 03 edições, sendo a segunda realizada em Mogi das Cruzes, no período entre setembro e outubro de 2.004 com a participação de dezenas de artistas e obras, quadros, esculturas, instalações, performances de dança, música, debates e muito mais. O objetivo primordial de sua criação foi promover a arte regional, incentivando a organização profissional dos artistas locais, propiciando um ambiente para o debate da situação mercadológica, a postura de qualificação técnica e a o entendimento contemporâneo da arte como linguagem cultural. Despertar a visão sobre o cenário artístico, com análise sobre o conservadorismo acadêmico, o aprisionamento bairrista instituído naturalmente na sociedade, em pró, exclusivamente do coletivo, com expressões livres e integradas, permitindo que artistas e produtores culturais estabeleçam um intercambio local, regional e globolizado, recebendo convidados, sem risco de perda identitária.
    A BIENAL DE ARTE DO ALTO TIETÊ, nasceu em 2.001, sob as batutas enérgicas de Nerival Rodrigues e Cida Ruiz, veio marginal, sorrateira, reunindo os artistas da terra, verdadeiros e que nunca antes estiveram evidentes, mas todos realmente talentosos e pela primeira vez, catalogados. O sonho do respeitado mestre Nerival Rodrigues sempre foi colocar o nome da Bienal no podium dos grandes eventos culturais, de modo independente e definitivo. Em suas três edições, instaladas em 2.001 em Suzano, em 2.004 em Mogi das Cruzes e 2.007 em Poá, sempre primou pela harmonia com arquitetura em que a exposição era agasalhada, acolhendo e revelando os artistas que toda a região ainda não tinha aprendido a reconhecer como seus ilustres representantes da cultura local. Os mesmos que trouxeram os olhares dos críticos de todo o mundo para o Alto Tietê. A BIENAL DE ARTE DO ALTO TIETÊ contra todas as correntes navegou pelo tempo sem fim, ficando para história como dos mais importantes eventos já realizados.
    Outrora integrada à Capitania de São Vicente, a Região do Alto Tietê encontra-se entre as Serras do Mar e Mantiqueira, sempre oferecendo boas perspectivas ao desenvolvimento humano em seus múltiplos aspectos, inclusive às artes. Seguindo seu ciclo natural de vida, a região em cujo bojo se situa Mogi das Cruzes, fez-se presente na história do Brasil já a partir do século XVI. A região tem recebido, em seu solo, personagens que vieram dignificá-la em fartas páginas da História, onde exemplos de vida vivificam no povo seus marcantes rastros. No setor artístico desde os idos coloniais ao contemporâneo, aqui estiveram entre outros Jean Baptiste Debret, o autor de alguns dos mais importantes documentos de iconografia histórico-sociológica do Brasil; Flávio Shiró, artista do movimento Pós-Modernista, descoberto por Mário de Andrade, grande pesquisador sobre o folclore na região: Miguel Barros, natural do Rio Grande do Sul, conhecido no cenário-cultural brasileiro como Barros, o Mulato", mestre da pintura clássica brasileira; Professor Antonio Ferri, pintor impressionista; Leôncio Carrasco Duran, artista abstracionista cósmico, inventor do azul exclusivo; Lúcio Bittencourt, que, através do convívio com a natureza desde a infância, (aprendeu a transformar as sucatas em belas e colossais esculturas com tendências para-realistas; Maurício de Souza, aqui residindo até a década de 70, é considerado o mestre do desenho em quadrinhos, que tão bem permeia o universo infantil de forma criadora universal. Muitos outros artistas de renomes internacionais embora naturais de outras paragens, optaram pelo Alto Tietê como Sussumo Harada, artista e professor de artes; Van Der Wiel, autor de esculturas monumentais como o monumento ao imigrante japonês; Manabu Mabe, grande escultor, autor da "Pedra Mabe" representando a mãe-natureza grávida, numa alusão à fertilidade da terra; Akinori Nakatani, exímio escultor, cuja técnica trazida do Japão, é a cerâmica, tradicional e orgânica: Alfredo Volpi, pintor impressionista italiano que retratou os casarios mogianos (becos), as bandeirinhas de suas telas foram inspiradas nas festas folclóricas mogianas. Observamos. no final do século XX, uma efervescência cultural retratada em novos talentos, somando-se aos já consagrados que. com perseverança e abnegação, representam a região no Brasil e no exterior. Respaldando-se nessa tradição, em busca de novos horizontes, nasceu a BIENAL DE ARTE DO ALTO TIETÊ, propondo-¬se a contribuir para o autoconhecimento e portanto, para o progresso cultural da região. A BIENAL é um painel do Brasil com retratação das várias identidades que o compõem como um mosaico, pois é através da cultura que partimos para a definição quanto ao futuro do país, afinal urge valorizar nossa História que também é escrita com a arte. Texto da Profª Maria Imaculada Ishibashi - Poeta e Escritora
    A BIENAL DE ARTES DO ALTO TIETÊ em todas as 3 edições teve grande repercussão e participação. Foram 248 artistas, um público visitante estimado em 90.000 pessoas. Teve cobertura de toda mídia regional dos munícipios de Mogi das Cruzes, Poá, Suzano, Santa Izabel, Arujá, Salesópolis, Biritiba Mirim, Guararema, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos e também da rádio USP de S. Paulo. Movimentou toda a classe estudantil e artística de todos os segmentos. Ainda hoje, os catálogos impressos da BIENAL DE ARTE DO ALTO TIETÊ é encontrado em bibliotecas do Brasil e até leiloado em sites de literatura sobre arte.
    A BIENAL DE ARTE DO ALTO TIETÊ teve três edições e um salão, que foram realizadas em: 1- Primeira BIENAL DE ARTE DO ALTO TIETÊ, de 27 de abril a 03 de junho de 2.001, no Memorial do Alto Tietê, em Suzano. 2- Salão Pré BIENAL DE ARTE DO ALTO TIETÊ, de 18 de julho a 02 de agosto de 2.003, no Hipermercado D”Avó, em Mogi das Cruzes 3- Segunda BIENAL DE ARTE DO ALTO TIETÊ, de 18 de setembro a 23 de outubro de 2.004, no Secretaria de Cultura, em Mogi das Cruzes. 4- Terceira BIENAL DE ARTE DO ALTO TIETÊ, de 26 de março a 13 de maio de 2.007, no Pavilhão de Exposições, em Poá.
    Todas as edições realizadas da BIENAL DE ARTE DO ALTO TIETÊ tiveram as seguintes ações afirmativas: v Entrada franca v Promoção junto a rede escolar pública e privada, em todos os níveis. v Inscrição colaborativa e não obrigatória dos artistas v Integração das artes v Discussão sobre o cenário artístico da região v Potencialização do mercado para a economia criativa.
    A BIENAL DE ARTE DO ALTO TIETÊ foi realizada em três edições, sendo 2.001 em Suzano, em 2.004 em Mogi das Cruzes e 2.007 em Poá. Seus catálogos foram distribuídos para diversas bibliotecas municipais e galerias. Ainda hoje, é possível encontrar raros exemplares a venda e em leilões de arte, na internet. A continuidade não se deu por falta de patrocinadores, pois todas as edições foram feitas apenas com apoio de amigos, empresas e prefeituras, mas com custeada pelos idealizadores Nerival Rodrigues e Cida Ruiz, além dos próprios artistas em pontuais associações. Quase 20 anos após o seu nascimento, Nerival Rodrigues e Cida Ruiz, ainda mantém o sonho e a luta por sua continuidade e esse edital é uma pequena luz para o seu renascimento.

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