Aldir Blanc
Edital nº 019/2020: Projetos Culturais

PROJETOS CULTURAIS 3
Projetos grande porte

Classificado 4º Suplente 45,00 pontos

  • Varre Dor de Vadiagem

    Proponente: Rodrigo Romão Batista

  • Resumo da apresentação: O projeto visa à premiação neste presente Edital com o espetáculo de teatro de rua “Varre Dor de Vadiagem” da Clara Trupi de Ovos y Assovios, obra essa que propiciou acesso gratuito e indiscriminado para todas as classes sociais e faixas etárias durante seu transcorrer na cidade de Mogi das Cruzes, entre outros países, estados e cidades no território brasileiro, em programações, festivais, editais, entre outros. Sinopse: Um varredor de rua vive seu oficio num contato íntimo, grotesco, lírico com seus espectadores-personagens, que aqui vivenciaram e participaram com significância de toda uma reinventada passagem de vida deste brincante varredor. Tema da obra: Esta obra retrata o avesso da exclusão social, nos pautamos numa premissa-personagem de raízes urbano-populares: o varredor de ruas, desconstruímos sua representatividade social como individuo a margem, invisível aos olhares das ruas: coisificado, incorporado a imagem des-humanizada do espaço urbano. Nossa pesquisa segue numa antítese desse repertório social: voltamos para o que se “é”, extraímos dessa personagem desconstruída o que está além da imagem estereotipada habitual do varredor de rua, exteriorizamos um ser criativo, pensante, grotesco, sonhador, que preza pela comunhão, pelo contato com o outro, imaginando inúmeros contextos que talvez lhe seja abdicado neste panorama de exclusão que nos choca e toma de vontade duma re-humanização brincante de nós mesmos: criadores e vivenciadores dessa montagem. Referencias: Nossas referencias na concepção dramatúrgica e na construção da performance, calcam-se em personagens de cunho cômico-popular, desde os tipos da baixa comédia grega e romana, os bufões medievais e atuais, nos zannis da comédia dell'arte, no circo-teatro, no teatro de comédia física, nos palhaços de circo, teatro, cinema, rua, entre outros. Essas figuras e vertentes estéticas nos norteiam numa relação intima e mais direta ao espectador, que nesta montagem não será propriamente um espectador: distanciado, passivo diante do espetáculo apresentado, optamos por nos colocar em pé de igualdade com o mesmo, tornarmos seres de criação conjunta, elaborando a cena dentro de uma imprevisibilidade interativa recorrente de cada espectador que se reconhece no jogo teatral como um mesmo brincante. *As informações complementares deste item estão em anexo.
    Aprofundando nossa Dramaturgia ao Acontecimento. Em nossas obras trazemos alguns paradigmas-simbólicos norteadores das bases centrais da dramaturgia do acontecimento, que trata da presentificação imanente do corpo atuador em acontecimento: poético, cultural ou vital, como materialidade elementar da expressão cênica. A privilegiar tua temporalidade presente, mesmo fora do tempo constituído, em recorrência da oralidade e suas transitoriedades temporais, ainda assim a vigorar o ato presente, em suas propriedades imagéticas, em sua prevalência ao acontecimento poético. A dispor também de outros preceitos essenciais as nossas feituras, que são as dramaturgias velares e revelares. Que no principio: velar, se dá aos intentos dramatúrgicos simbólicos, que se relacionam em suas propriedades a um discurso-estético mais singularizado, expomos aquilo em que é clarificado de forma única, lírica, o acontecimento primordial, o que funda uma cultura, um pensamento ou um acontecimento. Em oposição-dialógica ao: revelar, que vigora em seu preceito os retomares daquilo que ora já o fora acontecido, um relativo revigorar intensivo da experiência, são essas as reatualizações do acontecimento ancestral como potencia expressiva, esses que carregam em si múltiplas camadas velares. Tratamos também da relação mítica dos acontecimentos através duma dramaturgia de ciclos, de propensão as propriedades elementares a constituição da vida, em seus respectivos estados de nascimento, sacrifício e renascimento. Estes que provocam os pressupostos dramatúrgicos do desejo e negação, fenômenos esses físicos, afetivos e motrizes do corpo do individuo, sendo publico ou atuador, são viventes dessas propriedade que disparam o acontecimento nas materialidades dialógicas da experiência humana. São intersecções que se correlacionam em proximidade e (ou) distanciamento, essas que situamos numa esfera simbólica: como os de desejo, que são os expansivos, os de cerne positivo, esses de bom afeto (primaveril). E na outra esfera os de negação, que disparam a retroação dos corpus em relação a outras matérias, esses são de inerência negativa, os ditos maus afetos, que os diferenciamos simbolicamente como veranil, outonal e invernal.
    Nosso Teatro da Acontecência. Nosso Teatro da Acontecência transcorre sobre um processo de pesquisa-imersiva ao aprofundamento de nossas corporeidades cênicas, em dialogo imanente com outras matérias, humanas, físicas, sonoras, naturais, coisificadas, entre tantas, buscando na efemeridade do acontecimento dramatúrgico seu pertencer poético, sendo um disparador ao indivíduo, a integralidade de sua imanência, de tua essência, de seus aconteceres. Atrelando essa prática-estética as inúmeras tradições do corpo, como culturas meditativas, cantos, danças populares, artes marciais, musicalidades, teatro físico, artes plásticas, dança contemporânea, congada, jongo, capoeira, performance, entre outros. São essas que denominamos num composto pratico de Culturalidades do Corpo, na qual vivenciamos periodicamente com inúmeros mestres e professores de suas respectivas expressões e tradições, assim adentrando ao repertorio de pesquisa e obra do grupo. Nosso Conceitual de Ocupação de Territórios Públicos. Ocupação de Territórios Públicos. Nossa sociedade vive uma intensa crise do que é interesse publico, deveríamos ocupar o que é da esfera publica, do que é responsabilidade social, numa contraposição arbitrariamente restringimos esses espaços de reflexão, elaboramos fronteiras ideológicas, corpóreas e matérias. Abdicamos de espaços de inerência comum, sucateando-os a abrir margem a apropriação da especulação de toda ordem. Vivemos uma cultura instaurada do medo, estes condicionamentos culturais (e já biológicos) de nossa experiência de retroação, de uma quase extinguível alteridade humana, negamos o que é da vida, do coletivo. Reproduzimos estes preceitos opressivos em microcosmos familiares, de trabalho e de convívio social, somos a vida que os sistemas dominantes nos impõem, escravos-adestrados deste tempo. Estes que se caracterizam coisificados, produtos e propriedades, ao gosto dos pressupostos colonizadores que trazemos arraigados em nossa corporeidade. Nenhum sujeito esta excluso deste domínio opressivo, violento e colonizador, destes paradigmas de coerção, exclusão e cerceamento ao individuo, que muito nos afasta de nossa essência a comunhão humana, por isso ocupamos esses territórios de dialogo. Alargamos assim um intercambio de vozes locais, fora dos grandes centros do estado, em bairros com acesso restrito a produção cultural e as artes.Tratamos duma provocação a cidadania artístico-cultural nestes territórios, valorando uma consciência de pertencimento aos espaços de essência pública, com notória responsabilidade e reconhecimento em seus fazeres artísticos, sociais e culturais. Muitas vezes esses espaços são sufocados por uma cultura de opressão em suas respectivas localidades, numa via contraria ao que propagam, uma riqueza cultura impar a diversidade, e são a esses que nos propomos a fomentar de forma mínima, com essas difusões, nestes representativos territórios de cultura, através de nossas linguagens, inquietações e estéticas.
    Impacto: Fora elaborada e apresentada com a colaboração, participação e atuação de mais de quinze integrantes, entre atuadores, técnicos, músicos, cenógrafo, figurinista, entre outros que abarcaram a constituição desta montagem. Atingindo um numero aproximado de publico em suas mais de noventa (90) apresentações de doze mil (12.000) espectadores, convidados, e transeuntes que imergiram nos compostos obra.
    Obra essa apresentada de forma gratuita em espaços públicos e espaços não convencionais, em programações, editais e festivais nacionais e internacionais, tendo apresentado em mais de trinta cidades brasileiras, estados e países, como Paraná, Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Ceará, Minas Gerais, Argentina, Peru, Equador, Portugal. Fora apresentada em Mogi das Cruzes, no Galpão Arthur Netto, Largo do Rosário, Largo do Carmo, Praça Osvaldo Cruz, Praça Cipriano Branco da Silva em Taiacupeba, Praça Jesuíno Franco em Sabaùna, Parque Leon Feffer em Brás Cubas, Sesi-Mogi em Brás Cubas, entre outros locais públicos e privados, nas regiões periférica, rurais e centrais desta cidade, sempre com acesso gratuito ao publico. Sendo contemplada com a seleção nos seguintes editais, festivais e programações: - Edital PROFAC – Circulação Artes Cênicas - Rua, 2020. Edital 2018 – Território Sesi – SP de Arte e Cultura, Mogi das Cruzes-SP, 2019. Edital 2018 – Território Sesi – SP de Arte e Cultura, Guarulhos-SP, 2019. Festival de Artes de Rua de Poços de Caldas, Minas Gerais, 2016. Mostra Passa lá em Casa, Paraisópolis, São Paulo, 2016. Largo do Carmo, Mogi das Cruzes, 2015. Parque Leon Feffer, Mogi das Cruzes, 2015. Reencuentro de Los Hermanos, con ContraElViento Teatro –Quito, Equador, 2014. Festival Internacional de Títeres en el Mar, Argentina, 2014. Festi Clown El Salvador 2014, em El Salvador. Festival Internacional de Teatro y Dança - Antifaz, em Iguique, Chile- 2014. Festival Internacional de Teatro en Frente al Mar, em Puerto Morelos, Riviera Maya, México- 2014. Mostra Independente de Caraguatatuba, 2014. Festival internacional de Teatro de Bonecos e Teatro Infantil "Munecos de Arena y Viento", Rada Tilly. IV Festival Popular de Teatro de Fortaleza, 2013. Sesc Interlagos – 2013. 4ª Temporada do Chapéu, Campo Grande – MS, 2013. Noa Entepola, Tucumán, Argentina, 2013. IX FESTMAR – Festival latino Americano de Teatro de Rua do Aracati – CE, 2013. Entepola Argentina, Jujuy - Argentina, 2013. Encut Teatro - Festival Nacional de Teatro de Taubaté, 2013 – Prêmio de Melhor Cenografia e indicado a ator revelação. Apresentação pelo Edital de Projetos Locais 2013, ARTE EM CENA do Sesi Suzano 2013. I Festival “Despertar” Multiartístico de Poá – SP, 2013. Virada Cultural Paulista, Mogi das Cruzes – SP – 2013. International ‘Prof.Cüneyt Gökçer’ 4º Theatre Festival, Turquia, 2013. Muestra de Teatro Toluca, México, 2013. Apresentação no Sesc Interlagos, SP, 2013. Festival Entepach, Encuentro Internacional de Teatro para Chillán, Chile, 2013. Programa de Intercâmbio e Difusão Cultural do Ministério da Cultura do Brasil – Viagem Internacional, novembro de 2012. Teatro Contadores de Mentira. Edital Projetos Locais Sesi Cruzeiro, 2012. FIAE - Festival Internacional de Artes Escénicas de Lima, Peru. *As informações complementares deste item estão em anexo.
    Obra de difusão afirmativa: Tivemos nesta obra, pesquisa e processo de criação instaladas em espaços públicos desta cidade, com efetivo dialogo as camadas sociais menos favorecidas, promovendo o acesso de fruição das artes, cultura popular e teatro com seus transeuntes, vivenciadores e espectadores. Atendendo assim a todos os tipos de público, a todas as classes sociais e faixas etárias: crianças, jovens, adultos e idosos. Descentralizando o assentamento desta obra, ocorrendo fora dos ambientes convencionais, dando acesso a quem menos pode usufruir desta diversidade, como difusor a popularização das artes. Contrapartida Afirmativa - Seminário sobre a Cultura Caipira - Retomadas Caipiras. Realizaremos via online o Seminário sobre a Cultura Caipira – Retomadas Caipiras, que enfoque na pluralidade do pensamento, reflexão e atuação destinada à cultura caipira inserida no território urbano, periférico e rural da cidade de Mogi das Cruzes. Traremos diversos mestres, viventes e indivíduos inseridos neste contexto para provocar um aparato referencial desta cultura minoritária. Evocando assim ao centro das discussões as respectivas minorias: étnicas, periféricas, religiosas, entre outras, implicadas no arraigado processo histórico de exclusão, desigualdade e preconceito desta cultura. Neste edição trazendo o recorrente panorama inverso de retorno às origens rurais deste urbanizado sujeito ancestral caipira. A Cultura Caipira nesta Cidade. As expansões territoriais já não eram mote exclusivo dos setores dominantes nos fins do século XVII, nela adentravam camadas sociais majoritariamente populares. São esses fluxos migratórios que surgem duma relação de dominação aos povos originários, ou ora de convivência pacifica e miscigenação étnica. São estes territórios caipiras da Paulistânia, região essa atribuída à Capitania do Sul, englobando partes dos estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Paraná e São Paulo. Nossa Mogi das Cruzes se forma na difusão popular da cultura caipira, que ora deixa de migrar, para em outras localidades buscar sua subsistência, acabando por sedimentar seu cosmo cultural no ambiente rural. Nesta cultura de bairro que não se isola, mas que se encontra, num pertencimento comunitário, em seus preceitos religiosos, culturais e sociais. Esta cultura hoje de indivíduos à margem da urbanidade, situados nessas regiões rurais, correlacionados pelo trabalho na terra em colaboração, como nos mutirões onde o povo caipira em escambo sede sua força de oficio ao roçado vizinho. Ou mesmo em comunhão no compartilhar de suas fés, em cortejos, festas e quermesses religiosas populares, ou aos acontecimentos culturais, relacionados aos contadores de causos, aos cantos cururus, as danças, aos congados, as marujadas, mocambiques, e catiras. Destas muitas celebrações coletivas, dessa cultura caipira, esquecida, estereotipada e fragilizada, e que mesmo assim resiste nas margens rurais, periféricas e nas ancestralidades desta Mogi das Cruzes.
    Permanência e continuidade: Esta obra teve estréia no ano de 2012 e esteve ativa no repertório do grupo até o presente ano de 2020, Pretenderíamos realizar sua ultima circulação neste presente ano, através do Edital PROFAC – Circulação Artes Cênicas - Rua, da Secretaria de Cultura e Turismo de Mogi das Cruzes, entretanto por razão deste período de reclusão social, cancelamos esta que seria sua ultima temporada. Obra que muito nos alargou horizontes de difusão, intercâmbio e fomento de nossas pesquisas, praticas e obras, porem diante das atuais imersões deste grupo (abarcando esse o atual Ciclo das Mogianidade Caipiras), encerraríamos sua efetivação em obra, com muito agradecimento a tudo que nos atravessou desta, mas sabendo que sua trajetória se encerrava. Entretanto ainda assim deixaremos essa obra no repertório do grupo (como obra inativa), para que adiante possamos reativá-la, diante das necessidades de pesquisa, pratica, e experiência obral de nosso grupo.

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