Solos, Eu Mulher, foi a representação do eu feminino como um solo fértil e a força que gera a vida, o paradoxo de transcender-se como potência vital e retrogradar-se como alvo de uma cultura patriarcal, misógina e preconceituosa a qual atinge todas as mulheres de forma direta e indireta. Tendo como proposta uma versão mais maturada, Solos, eu mulher (cujo título também foi alterado, acrescentando “Eu Mulher”), contam com readaptações que embasam a importância de unir todas as vozes femininas, vozes que independem de crença, raça, posição social, bem como, qualquer tipo de condicionamento sociocultural.

Solos, Eu Mulher, tem como proposta, oferecer uma linguagem acessível sem perder a poética, facilitando a compreensão do espectador e promovendo também, a inserção daqueles que não tem familiaridade com a arte, de forma que desperte tal visibilidade, identificação, empatia e pensamento crítico. O objetivo deste Projeto é retratar a mulher em sua inteireza dentro da realidade cultural, histórica e atual, bem como, sua mais profunda essência, através da concepção de uma obra cênica com coreografias contemporânea, expressão corporal, interação multimídia, cenas curtas e monólogos. Solos, eu mulher, é um espetáculo que traz para o palco, um diálogo cênico cujo o intuito visa transpassar a complexidade e o mal estar da mulher na sociedade, de forma simples, plural, significativa e com abrangência nos conteúdos propostos: A mulher mãe, a mulher esposa, a mulher violentada, assediada, independente, a mulher negra, branca, nômade, Índia, quilombola, a mulher que ainda é só uma criança. Em uma visão ampla, seu enredamento constitui-se baseado não somente nos arquétipos engessados pela sociedade desde os primórdios, mas também, desafia-se transpassar ao público, a força genuína da mulher.

O texto atual adaptado para as cenas que serão representadas, bem como, as canções selecionadas para compor a obra, são de autoria e escolha da proponente, diretora e também atriz Michele Rufi, o texto se concretiza e ainda continuará em processo de construção (contando com a parceria que será mencionada na contrapartida), a partir de pesquisas (história, literatura, cinema, música) e depoimentos que foram ouvidos de mulheres comuns e reais no cotidiano. O texto e o processo criativo é potencializado pela vivência pessoal da criadora e atriz Michele Rufi, e sintetiza a obra.

Pelo motivo de que a realizadora tenha sido aprovada por uma companhia de dança para uma turnê na Turquia, Solos teve três únicas apresentações e se tornou um projeto adiado. Suas exibições contaram com aproximadamente 400 pessoas, sendo elas da região Central, periférica e artistas.

Solos, foi selecionado para o Festival de Inverno Serra do Itapety (Mogi das Cruzes-SP, 2013), apresentado no Mogi Shopping e tendo como expectadores aproximadamente 60 pessoas. Solos recebeu o convite para mostra no Festival Despertar Multiartístico, (Poá- SP, 2013), apresentado na Praça da Bíblia e tendo como expectadores aproximadamente 250 pessoas. Sarau Movimento do espaço Arte do Movimento Fernanda Moretti (Mogi das Cruzes-SP), também contou com alguns trechos do espetáculo e tendo como expectadores aproximadamente 80 pessoas.

Pelo curto tempo e apesar do retorno satisfatório do público, Solos não pôde se expandir para maior inserção.

Parceiros da equipe anterior deram continuidade em seus trabalhos individuais, pois Michele Rufi, diretora e criadora do projeto em questão, se ausentou temporariamente do país.