Quando formamos o Sonho a DoiS2 em 2017, buscávamos criar um trabalho com simplicidade e beleza. Esse foi (e ainda é) o grande desafio, porque entendemos que há uma linha fina que separa o belo do rebuscado, mesmo na simplicidade de um "violão e voz". Nós começamos gravando em casa, mas os materiais ainda não traduziam o que buscávamos comunicar. Foi por isso que ter uma série de videoclipes produzidos por uma equipe profissional e especialista no assunto foi um passo transformador na nossa trajetória. Com as imagens "falando" a mesma linguagem da música, nós encontramos um caminho que aprimorou nossa conexão com o público. Entendemos que, sim, nosso trabalho é música, mas que a imagem e a forma de apresentar isso visualmente tem impacto muitas vezes até maior que o musical. Entendemos, com essa série de vídeos, que, enquanto músicos, nosso trabalho também envolve (e com igual importância) outros aspectos como cenário, figurino, maquiagem. Isso extrapolou os videoclipes e passou a fazer parte constante do nosso trabalho. É por isso que temos tanto carinho e orgulho dessa série. Hoje, dois anos depois, acho que crescemos e que lapidamos nosso entendimento artístico. Temos muito mais competência de comunicar a nossa arte.

O mundo conhece e canta o amor desde antes de nós, humanos, existirmos. É provavelmente a temática mais clichê presente na história da música. Nada de novo quanto a isso. No entanto, na nossa vivência prática (minha e da Bruna), o amor revelou sua melhor face quando se apresentou leve, tranquilo, sem falta ou excesso. Nosso encontro e relacionamento nos gerou uma série de reflexões sobre vários aspectos da vida. Especificamente, a semente do nosso trabalho em conjunto foi percebermos como os valores das pessoas são impressos em qualquer trabalho, artístico ou não. Pensamos, então, que poderíamos ter um trabalho que cantasse o amor sob a nossa ótica (e aqui começa o que queremos falar sobre ineditismo). Porque nosso trabalho carrega amor, respeito, sensibilidade e compreensão, mas não é propaganda de margarina. Não tem maquiagem pra vender. Essa é uma verdade nossa. Somos assim porque somos assim para nós, não para os outros, para a sociedade. Nossa vida pessoal é como nosso trabalho: simples. Temos muito recurso, pois ambos são cantores e multi-instrumentistas, mas não é por isso que eu vou tocar violão, gaita e bumbo ao mesmo tempo pra "preencher". Achamos, portanto, que nossa grande contribuição é apresentar um trabalho original, mesmo que a temática (amor) seja clichê, que o formato (violão e voz) não seja novidade e que a gente não tenha inventado a roda. A originalidade do nosso projeto não está no "que", está no "como", que explica todos os "porquês".

Entendemos que se aplica aos participantes, mas não aos espectadores.

A produção dessa série de vídeos envolveu diretamente 7 profissionais, sendo 2 músicos, 2 cinegrafistas, 1 técnico de som, 1 cabeleireira e maquiadora e 1 zelador da locação. Os 5 videoclipes têm cerca de 4 mil visualizações no YouTube e mais de 30 mil no Instagram. Também impactou diretamente a procura pelo nosso trabalho ao vivo. Triplicou a demanda.

Os vídeos foram gravados na Casa Giardino, em Mogi das Cruzes, no segundo semestre de 2018.

Esse projeto especificamente não, mas temos a intenção de formar uma equipe técnica totalmente feminina (aliás, vamos falar sobre?). Em algumas apresentações levamos uma formação com mais instrumentistas (cello, violino, acordeon) e nós damos preferência por trabalhar mulheres. Conseguimos em cerca de 70% dos casos.

Os videoclipes seguem sendo acessados em nossas páginas no YouTube e Instagram. Gostamos do formato porque torna-se uma obra perene, embora retrate um Sonho a DoiS2 menos maduro do que hoje.